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VACINA CONTRA DIFTERIA, TÉTANO E PERTUSSIS

Vacina Contra Difteria, Tétano e Pertussis

EPIDEMIO DIFT TET.png

Apresentação

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP ou tríplice bacteriana de células inteiras) é apresentada sob a forma líquida, em frasco multidose.

 

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis acelular (DTPa) é apresentada em frascos monodoses.


Indicação

A vacina protege contra difteria, tétano e coqueluche. É indicada para a vacinação de crianças menores de 7 anos de idade.

Composição
É composta pela combinação de toxoides purificados de difteria e tétano combinados com suspensão celular inativada de Bordetella pertussis (vacinas de células inteiras) ou os componentes FHA, PT, AGG 2, AGG 3 e Pertactina (vacina acelular). O hidróxido ou fosfato de alumínio é adjuvante e o timerosal ou fenoxietanol, conservantes.

Contraindicações

  • Está contraindicada nas situações gerais já referidas.

  • A vacina também não deve ser administrada quando a criança apresentar quadro neurológico em atividade ou quando, após dose anterior de vacina com estes componentes, a criança registrar qualquer das seguintes manifestações:

    • Convulsões até 72 horas após a administração da vacina;

    • Colapso circulatório, com estado de choque ou com episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH), até 48 horas após a administração da vacina;

    • Encefalopatia nos primeiros sete dias após a administração da vacina;

    • Usuários a partir de 7 anos de idade.

  • Quando a vacina for contraindicada, devido à ocorrência de convulsões ou colapso circulatório, administre a vacina contra difteria, tétano e pertussis acelular. A vacina pertussis acelular não contém a célula bacteriana inteira da Bordetela pertussis, mas sim cinco antígenos presentes em sua parede celular, considerados imunogênicos (FHA, PT, AGG 2, AGG 3 e 69Kd ou Pertactina). Ela mantém a imunogenicidade da vacina com muito menos eventos adversos.

  • Em casos de encefalopatia, está contraindicada qualquer dose subsequente com vacinas com componente pertussis, sendo indicada, nestes casos, a vacina adsorvida difteria e tétano infantil (dupla infantil).

  • A vacina contra difteria, tétano e pertussis também pode se apresentar combinada com outras vacinas numa mesma apresentação:

    • Pentavalente (SUS): DTP combinada com Hepatite B e anti-Hemófilus b

    • Pentavalente (clínica privada): DTPa combinada com anti-Hemófilus b e VIP

    • Hexavalente (clínica privada): DTPa combinada com Hepatite B, anti-Hemófilus b e VIP

Esquema, dose e aplicação

O volume da vacina a ser administrado é de 0,5 mL por via intramuscular profunda.

A vacina DTP combinada com Hepatite B e anti-Hemofilus b (Pentavalente SUS) é aplicada aos dois, quatro e seis meses.

Quando se optar pela vacina DTPa combinada com anti-Hemofilus influenza b (Penta privada), esta é aplicada aos quatro meses e no reforço aos 15 meses.

Quando se optar pela vacina DTPa combinada com anti-Hemofilus influenza b e IPV (Hexavalente), esta é administrada aos dois e seis meses.

A vacina DTP não combinada é indicada para os reforços do esquema básico de vacinação com apenas os componentes diftérico, tetânico e pertussis. O primeiro reforço deve ser administrado aos 15 meses e, o segundo, aos 4 anos de idade. A idade máxima para administrar as vacinas com o componente pertussis de células inteiras é 6 anos, 11 meses e 29 dias.
 

Notas:

Deve ser evitada administração na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo.

  • Ao indicar a vacina DTP, considere as doses administradas anteriormente e não reinicie o esquema.

  • Se o esquema básico não for iniciado ou completado até a idade de 6 anos, 11 meses e 29 dias, as doses necessárias serão administradas com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto (dT).

  • Em crianças entre 4 e 6 anos, 11 meses e 29 dias de idade sem reforço, administre apenas um reforço.

  • Nos comunicantes domiciliares e escolares de casos de difteria ou coqueluche menores de 7 anos de idade não vacinados, com esquema incompleto ou com situação vacinal desconhecida, atualize o esquema.

  • No caso de doente com diagnóstico de difteria, proceda conforme norma específica relativa à vacinação depois da alta.

  • Administre a vacina em crianças menores de 2 anos no músculo vasto lateral da coxa e, nos maiores de 2 anos, no deltoide,

Eventos Adversos

  • Manifestações locais

  • Vermelhidão, calor, endurado e edema, acompanhados ou não de dor, pouco intensos e restritos ao local da aplicação podem ocorrer em 37% a 50% dos casos.

  • Comprometimento transitório da movimentação do membro devido principalmente ao componente adjuvante contendo alumínio.

  • Nódulo indolor no local na injeção, que muitas vezes é reabsorvido lentamente ao longo de várias semanas.
    Abscesso no local da aplicação, que pode ser estéril (abscesso frio), causado pela inoculação subcutânea inadvertida da vacina, ou séptico (abscesso quente), contendo pus em consequência de infecção bacteriana secundária.

Conduta

  • Tratamento sintomático com analgésicos

  • Compressas frias no local para alívio da dor ou da inflamação.

  • Antimicrobianos em caso de infecção secundária.

  • Não há contraindicação para administração de doses subsequentes.

  • Manifestações sistêmicas

    • Febre nas primeiras 24 horas após a vacinação. Eventualmente pode ocorrer febre alta.

    • Sonolência prolongada pode ocorrer em 32% das crianças (entre 24 e 72 horas após a vacina)

    • Inapetência, vômitos, irritabilidade, choro persistente

    • Episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH), Convulsão: Ambos podem ocorrer nas primeiras 48 horas após a vacinação em 1/1.750 doses. O EHH pode durar desde alguns minutos até algumas horas. É geralmente transitório e autolimitado, com bom prognóstico. Ambos os eventos não deixam sequela neurológica, nem tendência à repetição nas doses subsequentes.

    • Reações de hipersensibilidade.

    • Não existe evidência de relação causal entre a DTP e os seguintes sintomas ou síndromes: autismo, diabetes infanto-juvenil, síndrome de Guillain-Barré, neuropatias periféricas, anemia hemolítica, plaquetopenia, espasmos infantis, arritmias, síndrome de Reye e síndrome da morte súbita do lactente.

Nota:

  • Estudos demonstraram que as vacinas pertussis acelulares, embora possam apresentar eventos adversos, são menos reatogênicas que as vacinas pertussis de células inteiras. A vacina DTP acelular se relaciona a taxas significantemente menores e menos intensas que as das vacinas celulares.

Alguns aspectos epidemiológicos da Difteria, Tétano e Pertussis
Difteria

Agente Etiológico
Modo de Transmissão

 

Período de Incubação
Transmissibilidade
 

Imunidade

Corynebacterium diphtheriae – bacilo gram positivo
​Contato direto com doente ou portador apresentando exsudato ou secreções respiratórias
​Um a seis dias
​Enquanto houver bacilos virulentos nas secreções ou lesões. Com o tratamento antibiótico, a transmissibilidade cessa em 48 horas.
​Pela vacina, imunidade prolongada. Pelo soro anti-diftérico, efeito temporário de curta duração. Por anticorpos maternos: filhos de mãe imunes, apresentam imunidade nos primeiros meses de vida. A infecção natural não confere imunidade permanente

Tétano

Agente Etiológico
Modo de Transmissão

 

Período de Incubação
Transmissibilidade
 

Imunidade

Clostridium tetani – Bacilo gram positivo anaeróbio

Contaminação de ferimentos com esporos do C. tetani
Contaminação do coto umbilical (tétano neonatal)

Dois a 21 dias, variando com a localização, extensão e o tipo de ferimento.

Não se transmite pessoa-a-pessoa.

 

Pelo soro ou imunoglobulina anti-tetânica (imunidade temporária). A doença natural não confere imunidade

Pertussis

Agente Etiológico
Modo de Transmissão

 

Período de Incubação
Transmissibilidade
 

Imunidade

Bordetella pertussis - bacilo gram-negativo, aeróbio
​Pessoa-a-pessoa por meio de secreções respiratórias, particularmente na fase catarral (início da doença)
​Seis a 14 dias
Maior transmissibilidade na fase catarral da doença, diminuindo nas três semanas seguintes quando já se torna insignificante.
​Pela doença natural e pela vacina

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024. Brasília, 2024.

  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 294 p. il.

  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 176 p.: il.

  4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 340 p. il.

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