VACINA CONTRA HEPATITE B
Vacina Contra Hepatite B
Apresentação
A vacina de hepatite B disponível no Brasil é produzidas por tecnologia DNA recombinantes e apresentada sob a forma líquida em frasco unidose ou multidose, isolada ou combinada com outros imunobiológicos.
Composição
A vacina contém o antígeno recombinante de superfície (HBsAg), que é purificado por vários métodos físico-químicos e adsorvido por hidróxido de alumínio, tendo o timerosal como conservante.
Indicação
A vacina previne a infecção pelo vírus da hepatite B sendo indicada:
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Para recém-nascidos, o mais precocemente possível, nas primeiras 24 horas, preferencialmente nas primeiras 12 horas, ainda na maternidade ou na primeira visita ao serviço de saúde, até 30 dias de vida.
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Para gestantes em qualquer faixa etária e idade gestacional.
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ara a população geral independente da faixa etária ou de condições de vulnerabilidade.
Contraindicações
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A vacina é contraindicada nas situações gerais já referidas como a ocorrência de reação anafilática após o recebimento de qualquer dose da vacina ou de seus componentes.
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Púrpura trombocitopênica pós-vacinal.
Notas:
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A vacina hepatite B (recombinante) pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas, independentemente de qualquer intervalo.
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A vacina contra Hepatite B também pode estar combinada com outras vacinas numa mesma apresentação:
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Pentavalente (SUS): Hepatite B combinada com DTP e anti-Hemófilus b
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Hexavalente (clínica privada): Hepatite B combinada com DTPa, anti-Hemófilus b e VIP
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Hepatite B combinada com vacina contra Hepatite A (clínica privada)
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Esquema, dose e aplicação
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A vacina deve ser administrada por via intramuscular, no volume de 0,5 mL até os 19 anos de idade e 1 mL a partir dos 20 anos.
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O esquema de administração corresponde, de maneira geral, a três doses, com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda doses e de seis meses entre a primeira e a terceira doses (0, 1 e 6).
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No SUS, após a primeira dose ao nascer, a continuidade do esquema vacinal será com a vacina adsorvida pentavalente (difteria, tétano, pertussis, hepatite B e Haemophilus influenzae b) aos dois, quatro e seis meses e, nesta situação, o esquema corresponderá a quatro doses.
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Em caso de esquema vacinal incompleto, não reinicie o esquema, apenas o complete de acordo com a situação encontrada.
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Em grupos de risco (renais crônicos, politransfundidos, hemofílicos, entre outros) ocorre uma menor produção de anticorpos, condição que os faz necessitar do dobro do volume da dose da vacina hepatite B (recombinante) monovalente, ou seja: 1,0 mL para crianças e adolescentes até 19 anos e 2,0 mL para adultos a partir dos 20 anos.
Em recém-nascidos de mães portadoras da hepatite B, administre a vacina e a imunoglobulina humana anti-hepatite B preferencialmente nas primeiras 12 horas, podendo a imunoglobulina ser administrada no máximo até 7 dias de vida.
Notas:
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Em menores de 2 anos de idade, administre a vacina no músculo vasto lateral da coxa.
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Adeque a agulha ao ângulo de administração conforme a massa muscular do usuário a ser vacinado.
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No caso do músculo deltoide, em usuários acima de 2 anos, a administração será feita na face externa superior do braço. Esses procedimentos são fundamentais para a prevenção de abscessos frios.
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Deve ser evitada administração na região glútea em razão da maior quantidade de tecido adiposo, situação em que a vacina não é inoculada no interior do músculo.
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Imediatamente após a administração da vacina hepatite B (recombinante) monovalente em hemofílicos, faça uma compressão no local por cinco minutos com algodão seco.
Eventos Adversos
As vacinas hepatite B produzidas por tecnologia DNA recombinantes apresentam altos índices de segurança, sendo bem toleradas e, pouco reatogênicas. Quando os eventos adversos se fazem presentes, geralmente são leves e transitórios, com duração menor que 24 horas.
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Manifestações locais
Pode ocorrer dor (3% a 29% dos vacinados) e enduração/rubor (0,2% a 17%) no local da injeção. Eventualmente podem ocorrer abscessos locais, decorrentes da contaminação bacteriana secundária por falha técnica de aplicação vacinal.
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Conduta
Tratamento sintomático.
Os abscessos devem ser submetidos à avaliação médica para conduta apropriada.
Não há contraindicação para administração de doses subsequentes.
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Manifestações sistêmicas
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Febre (1% a 6% dos vacinados) nas primeiras 24 horas após a vacinação. Geralmente é bem tolerada e autolimitada.
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Fadiga, tontura, cefaleia, irritabilidade, desconforto gastrintestinal leve (1% a 20%) podem estar presentes.
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Conduta
Tratamento sintomático
Avaliação do caso para afastar outros diagnósticos diferenciais.
Não há contraindicação para doses subsequentes.
Notas:
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Segundo a literatura, até o momento não se comprovou a relação de causalidade entre a vacina hepatite B e o surgimento de casos de síndrome Guillain-Barré, esclerose múltipla, síndrome de morte súbita infantil, artrite ou outras doenças autoimunes.
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Púrpura trombocitopênica: A púrpura trombocitopênica idiopática após administração da vacina hepatite B é um evento raro cuja relação causal é difícil de ser comprovada. O diagnóstico baseia-se na exclusão de outras causas possíveis. O tempo de latência entre a vacina e o aparecimento dos sintomas, que geralmente é de alguns dias até dois meses, sugere esta relação.
Alguns aspectos epidemiológicos da Hepatite B
Agente Etiológico
Modo de Transmissão
Período de Incubação
Transmissibilidade
Imunidade
Vírus da Hepatite B – DNA vírus
Pelo sangue (transfusão, contaminação com ferimentos, uso de seringas contaminadas); pelo sêmen (relações sexuais); de mãe para o filho por transmissão perinatal
6 semanas a 6 meses
De dois a três meses antes dos sintomas, durante a fase aguda da doença, podendo persistir por vários anos e até o resto da vida no caso de portador crônico
Pela infecção natural; pela vacina ou pela imunoglobulina específica (temporária)
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024. Brasília, 2024.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação [recurso eletrônico]. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 294 p. il.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 176 p.: il.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 340 p. il.
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024. Brasília, 2024.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 294 p. il.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 176 p.: il.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 340 p. il.