VACINAS CONTRA HPV
Vacinas Contra o Papiloma vírus humano (HPV)
O Papilomavírus Humano (HPV) é um DNA-vírus que afeta a pele e as mucosas, podendo causar uma variedade de manifestações clínicas e riscos à saúde. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV e cada tipo é designado por um número. A transmissão se dá através do contato direto com a pele ou mucosas infectadas, geralmente durante relações sexuais. Também pode ser transmitido da mãe para o filho durante o parto.
A maioria das infecções pelo Papilomavírus Humano não causa sintomas e pode desaparecer por si só. No entanto, mesmo sem sintomas visíveis, a pessoa ainda pode transmitir o vírus. Alguns tipos de HPV estão associados ao aparecimento de verrugas (condiloma acuminado) e ao maior risco de desenvolver câncer, especialmente câncer de colo uterino, mas também outros tipos de câncer, como câncer de ânus, pênis, boca e garganta.
Os vírus HPV 16 e 18 causam aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo do útero e os vírus HPV 6 e 11 causam aproximadamente 90% das verrugas pelo HPV.
Estão liberadas para comercialização no Brasil duas vacinas:
-
Vacina quadrivalente (HPV4), cujo nome comercial é GARDASIL, que previne contra os tipos 16, 18, 6 e 11.
-
Vacina 9-valente (HPV9), cujo nome comercial é GARDASIL 9, que previne contra os tipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58.
A vacina adotada pelo PNI/SUS para ser aplicada na rede pública é a vacina quadrivalente (HPV4). É recomendada no calendário nacional de vacinação para meninas e meninos de 9 a 14 anos em duas doses, com intervalo de 6 meses entre elas.
Componentes
GARDASIL (HPV 4)
Ingredientes ativos: cada dose de 0,5 mL da vacina quadrivalente contém aproximadamente 20 mcg de proteína L1 do HPV 6, 40 mcg de proteína L1 do HPV 11, 40 mcg de proteína L1 do HPV 16 e 20 mcg de proteína L1 do HPV 18. Excipientes: alumínio (como o adjuvante sulfato hidroxifosfato de alumínio amorfo), cloreto de sódio.
A vacina é apresentada em cartuchos com 10 frascos-ampola de dose única ou 1 seringa preenchida.
GARDASIL 9 (HPV 9)
Ingredientes ativos: cada dose de 0,5 mL da vacina papilomavírus humano 9-valente contém aproximadamente 30 mcg de proteína L1 do HPV 6, 40 mcg de proteína L1 do HPV 11, 60 mcg de proteína L1 do HPV 16, 40 mcg de proteína L1 do HPV 18, 20 mcg de proteína L1 do HPV 31, 20 mcg de proteína L1 do HPV 33, 20 mcg de proteína L1 do HPV 45, 20 mcg de proteína L1 do HPV 52 e 20 mcg de proteína L1 do HPV 58. Excipientes: alumínio (como adjuvante sulfato de hidroxifosfato de alumínio amorfo), cloreto de sódio, L-histidina, polissorbato 80, borato de sódio e água para injetáveis. O produto não contém conservantes ou antibióticos.
A vacina é apresentada em cartuchos com 1 seringa preenchida.
Indicação
É indicada para a prevenção de cânceres do colo do útero, vulva, vagina e ânus; lesões pré-cancerosas ou displásicas; verrugas genitais (condiloma acuminado) e infecções persistentes causadas pelo papilomavírus humano (HPV).
Contraindicações
-
A vacina deve ser administrada com cuidado em pessoas com trombocitopenia ou qualquer distúrbio de coagulação por risco de ocorrer sangramento após a administração intramuscular.
-
É contraindicada em pessoas que desenvolveram sintomas indicativos de hipersensibilidade grave após receber uma dose da vacina.
-
A vacina HPV4 é produzida em Sacharomyces cerevisiae sendo contraindicada para pessoas com história de hipersensibilidade imediata a levedura.
-
Não é recomendada em mulheres grávidas, por não existirem estudos adequados e bem controlados até o presente momento. Deve-se evitar a gravidez durante o esquema de vacinação. Caso a vacina seja administrada inadvertidamente, nenhuma intervenção é necessária, somente acompanhamento pré-natal adequado. O esquema deve ser completado após o parto.
Nota: Imunossupressão não é contraindicação de uso.
Esquema, dose e aplicação
Uso intramuscular
Faixa etária de 9 a 45 anos de idade. No PNI do Ministério da Saúde, a idade para aplicação preferencial no calendário é de 9 a 10 anos para meninos e meninas. Duas doses com intervalo de 6 meses entre elas.
Ambas (HPV4 e HPV9) devem ser administradas nos seguintes esquemas:
-
Meninos e meninas entre 9 e 14 anos: Duas doses com intervalo de 6 meses entre elas.
-
Meninos e meninas a partir de 15 anos ou para imunocomprometidos: Três doses (a 1ª dose na data escolhida; a 2ª dose após um ou dois meses e a 3ª dose seis meses após a primeira dose).
Eventos Adversos
Reações locais
Dor no local de aplicação, edema e eritema com intensidade moderada em sua maioria.
Manifestações sistêmicas
-
Febre em 4 a 4,9% de mulheres que receberam a vacina HPV4 (38ºC ou mais).
-
Cefaleia
-
Gastroenterite
-
Síncope (desmaio) pode ocorrer especialmente em adolescentes e adultos jovens
Alguns aspectos epidemiológicos da infecção pelo HPV
Agente Etiológico
Modo de Transmissão
Período de Incubação
Transmissibilidade
Imunidade
Papilomavírus humano – DNA-vírus da família papovaviridae .
A transmissão é por contato direto por meio de relações sexuais, Pode haver autoinoculação e infecção por fômites
de algumas semanas até anos ou décadas
Desconhecido. Entretanto, há transmissão enquanto houver lesão viável.
A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, visto que só começou a ser comercializada no mundo recentemente
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024. Brasília, 2024.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 294 p. il.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 176 p.: il.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 340 p. il.