VACINA CONTRA TUBERCULOSE
Vacina Contra Tuberculose (BCG)
Apresentação
A vacina BCG (bacilo de Calmette e Guérin) é apresentada sob a forma liofilizada em ampola multidose, acompanhada da ampola do diluente específico para a vacina.
Composição
A vacina é preparada com bacilos vivos, a partir de cepas do Mycobacterium bovis, atenuadas com glutamato de sódio. A subcepa utilizada no Brasil é a Moureau-Rio de Janeiro, mantida sob sistema de lote-semente no Status Serum Institut de Copenhagen, na Dinamarca.
Indicação
A vacina é indicada para prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea).
Contraindicações
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A vacina é contraindicada para crianças a partir dos 5 anos de idade portadoras de HIV mesmo que assintomáticos e sem sinais de imunodeficiência.
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Indivíduos portadores de imunodeficiência primária ou adquirida.
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Indivíduos acometidos de neoplasias malignas.
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Pacientes em tratamento com corticosteroides em dose elevada (equivalente à dose de prednisona de 2 mg/kg/dia) por período superior a duas semanas.
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Pacientes em uso de outras terapias imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia, entre outros).
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Grávidas.
Notas:
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A administração da vacina BCG deve ser adiada quando a criança apresentar peso inferior a 2 kg, devido à escassez do tecido cutâneo (panículo adiposo), e quando apresentar lesões graves de pele.
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A vacina deverá ser adiada até três meses após o tratamento com imunodepressores ou com corticosteroides em dose elevada.
A vacina BCG para crianças e adultos com HIV positivo segue as seguintes recomendações:
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Crianças filhas de mãe com HIV positivo podem receber a vacina o mais precocemente possível até os 18 meses de idade, se assintomáticas e sem sinais de imunodeficiência.
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Crianças com idades entre 18 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias, não vacinadas, somente podem receber a vacina BCG após sorologia negativa para HIV; para estes indivíduos, a revacinação é contraindicada.
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A partir dos 5 anos de idade, indivíduos portadores de HIV não devem ser vacinados, mesmo que assintomáticos e sem sinais de imunodeficiência.
Prevenção da infecção latente ou quimioprofilaxia primária
Recomenda-se a prevenção da infecção tuberculosa em recém-nascidos coabitantes de caso índice bacilífero. Nestes casos, o recém-nascido não deverá ser vacinado ao nascer. A Isoniazida é administrada por três meses e, após esse período, faz-se a PT. Se o resultado da PT for ≥ 5mm, a quimioprofilaxia – QP deve ser mantida por mais três a seis meses, caso contrário interrompe-se o uso da isoniazida e vacina-se com BCG.
Esquema, dose e aplicação
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O esquema de vacinação com a vacina BCG corresponde à dose única o mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade ou na primeira visita à Unidade de Saúde, desde que peso > 2.000g.
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A vacina é aplicada no volume de 0,1 ml por via intradérmica, no nível da inserção inferior do músculo deltoide, na face externa superior do braço direito. O uso do braço direito tem por finalidade facilitar a identificação da cicatriz em avaliações da atividade de vacinação.
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A vacina pode ser administrada simultaneamente às demais vacinas dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.
Notas:
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A presença da cicatriz vacinal é considerada como dose para efeito de registro, independentemente do tempo transcorrido desde a vacinação até o aparecimento da cicatriz.
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Para crianças que foram vacinadas com a vacina BCG e que não apresentem cicatriz vacinal após 6 meses, não há mais indicação para revacinação. A ausência de cicatriz pode ocorrer em cerca de 10% dos vacinados e não significa ausência de proteção.
Imediatamente após a injeção da vacina BCG aparece no local uma pápula de aspecto esbranquiçado e poroso (tipo casca de laranja), com bordas bem nítidas e delimitadas. Essa pápula formada desaparece posteriormente.
A lesão vacinal evolui da seguinte forma:
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Após a administração, de 3 a 4 semanas, surge um nódulo (caroço) no local;
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Entre 4 a 5 semanas, o nódulo evolui para uma pústula (ferida com pus);
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Em seguida, evolui para uma úlcera (ferida aberta) de 4 a 10 mm de diâmetro;
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Entre 6 a 12 semanas, finalmente, forma-se uma crosta (ferida com casca em processo de cicatrização).
Eventos Adversos
A vacina BCG pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, que podem ser decorrentes do tipo de cepa utilizada, da quantidade de bacilos atenuados administrada, da técnica de aplicação e da presença de imunodeficiência primária ou adquirida.
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Úlcera com diâmetro maior que 1 cm;
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Abscesso subcutâneo frio;
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Abscesso subcutâneo quente;
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Granuloma
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Linfadenopatia regional não supurada maior que 3 cm;
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Linfadenopatia regional supurada;
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Cicatriz queloide;
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Reação lupoide
Alguns aspectos epidemiológicos da Tuberculose
Agente Etiológico
Modo de Transmissão
Período de Incubação
Transmissibilidade
Imunidade
Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch)
De pessoa a pessoa por meio de gotículas eliminadas pela tosse de pacientes bacilíferos (*)
Variável. Entre a infecção e a doença pode haver ou não um período de latência de anos
Enquanto o paciente for bacilífero (eliminar bacilos).
A infecção, a doença e a vacina BCG conferem imunidade relativa e de duração variável.
(*) O paciente é considerado não bacilífero após três exames de escarro negativos, o que ocorre, em geral a partir de duas semanas de tratamento específico.
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024. Brasília, 2024.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 294 p. il.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 176 p.: il.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 340 p. il.