PROFILAXIA DA DOENÇA PNEUMOCÓCICA
Doença Pneumocócica
A doença pneumocócica é causada por bactérias encapsuladas Streptococcus pneumoniae, também conhecidas como pneumococos. Os pneumococos (Streptococcus pneumoniae) são diplococos gram-positivos responsáveis por causar doenças invasivas graves, como meningite, pneumonia, bacteremia e sepse, além de doenças não invasivas, como otite média aguda e sinusite. Essas infecções estão associadas a altas taxas de morbidade e mortalidade. A distribuição da incidência da doença pneumocócica por faixa etária geralmente segue um padrão bimodal, com os maiores picos observados em lactentes e pré-escolares, bem como em idosos acima de 60 a 65 anos. Lactentes, especialmente aqueles com menos de dois anos, apresentam uma incidência particularmente elevada devido ao sistema imunológico ainda imaturo, o que os torna mais vulneráveis às formas invasivas da doença. Além da faixa etária, outras condições que tornam o paciente susceptível a doença pneumocócia grave incluem doenças crônicas como cardiopatias, doenças respiratórias crônicas, doenças renais ou hepáticas crônicas, diabetes mellitus, condições imunossupressoras, hemoglobinopatias, condições neurológicas que aumentam o risco de broncoaspiração, fístula liquórica, derivação ventrículo-peritoneal, entre outras.
O Streptococcus pneumoniae coloniza a nasofaringe como parte da microbiota normal em indivíduos saudáveis, a partir de 2 a 3 meses de vida. Quando há um desequilíbrio no hospedeiro, como imunossupressão, infecções virais ou lesões na mucosa, o Streptococcus pneumoniae pode invadir tecidos adjacentes, levando ao desenvolvimento de sinusite ou otite média aguda. Em casos mais graves, a bactéria pode atingir a corrente sanguínea, provocando bacteremia e sepse. A disseminação para os pulmões resulta em pneumonia, enquanto a invasão do sistema nervoso central, ao atravessar a barreira hematoencefálica, pode causar meningite. A cápsula polissacarídica é o principal fator de virulência dessa bactéria, sendo determinante para sua capacidade de evasão do sistema imunológico. Existem mais de 90 sorotipos diferentes dessa bactéria, cada um com características distintas de virulência e resistência a antibióticos. A classificação em sorotipos baseia-se na composição específica dos polissacarídeos que constituem essa cápsula.
Weiser JN, Ferreira DM, Paton JC. Streptococcus pneumoniae: transmission, colonization and invasion. Nat Rev Microbiol. 2018;16(6):355–67.
Alguns aspectos epidemiológicos da Doença Pneumocócica
Streptococcus pneumoniae
A transmissão é direta por via aérea (gotículas contaminadas da nasofaringe)
Variável, dependendo da imunidade do hospedeiro.
Enquanto o pneumococo se mantiver na nasofaringe, até 48 horas após o início do tratamento antimicrobiano
É sorotipo-específica. As vacinas pneumocócicas conjugadas conferem imunidade a longo prazo.
Agente Etiológico
Modo de Transmissão
Período de Incubação
Transmissibilidade
Imunidade
Vacinas Contra Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
Doença pneumocócica e o desenvolvimento de novas vacinas
As vacinas pneumocócicas possuem, como componente antigênico, polissacarídeos provenientes da cápsula bacteriana, o que torna sua eficácia específicamente relacionada a cada sorotipo presente em sua formulação. Existem dois grupos principais de vacinas pneumocócicas: as polissacarídicas (VPPS-23) e as conjugadas (VPC-10, VPC-13, VPC-15 e VPC-20). A primeira vacina desenvolvida contra o pneumococo, a VPPS-23, é composta por polissacarídeos isolados de 23 sorotipos de pneumococos. No entanto, como os polissacarídeos são imunógenos fracos, sua resposta imunológica só pode ser induzida a partir dos 2 anos de idade e, além disso, não promove a formação de memória imunológica de longo prazo. Posteriormente, foram desenvolvidas as vacinas conjugadas, nas quais cada componente polissacarídico foi ligado a uma proteína transportadora. Essa modificação tornou a resposta imunológica mais eficaz, permitindo a imunização a partir dos 2 meses de idade e desenvolvimento de memória imunológica prolongada. Além disso, as vacinas pneumocócicas conjugadas, ao reduzirem a colonização da nasofaringe pelos pneumococos, contribuem também para a imunidade coletiva, ou seja, proteção extendida até mesmo para os indivíduos não vacinados.
A primeira vacina pneumocócica conjugada protegia contra sete sorotipos (VPC7) de pneumococos. Posteriormente essa proteção foi ampliada para dez sorotipos com a vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10), ampliando a proteção para mais três sorotipos em relação à vacina anterior. O PNI/SUS incluiu a VPC10 a partir de 2010 no calendário vacinal do Ministério da Saúde. Após sua inclusão, houve significativa redução da morbimortalidade. Entretanto, notou-se um progressivo aumento na circulação de sorotipos não incluídos na vacina, principalmente do sorotipo 19A seguido pelo sorotipo 3 e mais recentemente, o sorotipo 6C. Esse processo é denominado substituição de sorotipos (serotype replacement em inglês).
A substituição de sorotipos (serotype replacement em inglês) ocorre porque os diferentes sorotipos de Streptococcus pneumoniae competem por nichos ecológicos, como por exemplo na colonização da nasofaringe. A vacina pneumocócica conjugada reduz ou elimina significativamente a circulação dos sorotipos incluídos em sua formulação, mas não afeta aqueles que não estão contemplados. Com a diminuição dos sorotipos vacinais, os sorotipos não vacinais passam a ocupar o nicho ecológico disponível, tornando-se mais prevalentes. Assim, sorotipos previamente menos comuns podem emergir como dominantes. A substituição sorológica pode ocorrer de duas formas principais: na colonização, quando os sorotipos não vacinais substituem os vacinais na nasofaringe; e na doença, quando os sorotipos não vacinais passam a causar quadros invasivos ou não invasivos. Apesar desse fenômeno, os benefícios gerais da vacinação, como a redução da carga total de doenças, superam amplamente seus impactos negativos. Esse contexto destaca a importância de uma vigilância epidemiológica contínua e do desenvolvimento de vacinas que possam abranger uma maior diversidade de sorotipos, visando otimizar a proteção e mitigar os efeitos da substituição de sorotipos.
A partir de 2019 a vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13), contendo mais três sorotipos (3, 6A, 19A) foi incluída no PNI para pacientes de alto risco. Somente o sorotipo 6C não está presente na vacina, embora haja imunidade cruzada do sorotipo 6A com o sorotipo 6C. Pesquisas a partir de resultados de vigilância contínua têm permitido o desenvolvimento de novas vacinas pneumocócicas conjugadas com número cada vez mais amplo de sorotipos, visando ampliar a proteção contra os sorotipos emergentes. As apresentações mais recentemente aprovadas pela Anvisa incluem a vacina pneumocócica conjugada 15 valente e a vacina pneumocócica conjugada 20 valente. A primeira contém 15 sorotipos (VPC15), com perfil semelhante às vacinas já licenciadas anteriormente (VPC10 e VPC13). A segunda contém 20 sorotipos (VPC20) e foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no final de 2023, mas passou a estar disponível no Brasil apenas em novembro de 2024.
A vacina pneumocócica 20 valente vem ampliar a cobertura contra infecções pneumocócicas em seu perfil epidemiológico mais recente e contém sete sorotipos adicionais em relação a vacina pneumocócica conjugada 13 valente (8, 10A, 11A, 12F, 15B, 22F e 33F). Esses novos sorotipos contemplados estão associados à maior resistência antimicrobiana e a quadros de maior gravidade.
Apresentações
Existem cinco vacinas pneumocócicas distintas:
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Vacina Pneumocócica Conjugada 10 valente apresentada em cartucho com 1 estojo contendo 1 seringa preenchida com dose única de 0,5 mL e 1 agulha.
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Vacina Pneumocócica Conjugada 13 valente e 15 valente apresentada em cartucho com 1 estojo contendo 1 seringa preenchida com dose única de 0,5 mL e 1 agulha.
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Vacina Pneumocócica Conjugada 20 valente apresentada em cartucho com 1 estojo contendo 1 seringa preenchida com 0,5 mL de suspensão injetável (dose única) e 1 agulha.
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Vacina Pneumocócica Polissacarídica 23-valente apresentada em cartucho com uma seringa contendo uma dose de 0,5 mL.
Composição
- Pneumocócica conjugada 10 valente: Suspensão injetável, preparada a partir de polissacarídeos capsulares bacterianos purificados de dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae, sendo os sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 23F conjugados com a proteína D do Haemophilus influenzae b, o sorotipo 18C conjugado com toxoide tetânico e o sorotipo 19F conjugado com toxoide diftérico. Contém excipiente cloreto de sódio, fosfato de alumínio e água para injeção.
- Pneumocócica conjugada 13 valente: A vacina é composta de 13 sacarídeos dos antígenos capsulares do Streptococcus pneumoniae, conjugados individualmente com uma variante proteica carreadora, não tóxica da toxina diftérica (CRM197). A vacina não contém timerosal nem outros conservantes. Contém polissorbato 80 e fosfato de alumínio como adjuvante. Cada dose de 0,5 mL é formulada para conter sorotipos 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F, conjugados à proteína transportadora CRM197.
- Pneumocócica conjugada 15 valente: Cada dose de 0,5 mL da vacina contém sorotipos 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F, 22F, 23F, e 33F conjugados à proteína carreadora CRM197. Excipientes: cloreto de sódio, L-histidina, polissorbato 20, água para injetáveis e alumínio (como adjuvante fosfato de alumínio).
- Pneumocócica conjugada 20 valente: Cada dose de 0,5 mL da vacina contém sorotipos 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 8, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 18C, 19A, 19F, 22F, 23F e 33F conjugados à proteína CRM197 e 0,125 mg de fosfato de alumínio como adjuvante. Excipientes: cloreto de sódio, ácido succínico, polissorbato 80 e água para injeção. Adjuvante: fosfato de alumínio.
- Pneumocócica polissacarídica 23 valente: Polissacarídeos purificados de Streptococcus pneumoniae 0,025 mg de cada um dos seguintes sorotipos: 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F, 23F, 33F. Fenol (conservante) Solução tampão isotônica q.s.p. 0,5 mL
Vacinas Pneumocócicas Conjugadas
Indicações
- Pneumocócica 10 valente conjugada é indicada para prevenir contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia), sinusite aguda e otite média aguda (OMA) causadas pelos 10 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae, contidos na vacina (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F), em crianças de 6 semanas a 5 anos de idade.
- Pneumocócica 13-valente conjugada é indicada para prevenir contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia), sinusite aguda e otite média aguda (OMA) causadas pelos 13 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae contidos na vacina (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F), em crianças de 6 semanas a 5 anos de idade.
- Pneumocócica 15-valente conjugada é indicada para prevenir contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia), sinusite aguda e otite média aguda (OMA) causadas pelos 15 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae contidos na vacina (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F, 22F, 23F, e 33F), em crianças de 6 semanas a 5 anos de idade.
- Pneumocócica 20-valente conjugada é indicada para prevenir contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia), sinusite aguda e otite média aguda (OMA) causadas pelos 20 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae contidos na vacina (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 8, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 18C, 19A, 19F, 22F, 23F e 33F), em crianças de 6 semanas a 18 anos incompletos de idade.
- Pneumocócia polissacarídica 23 valente é indicada para imunizar apenas crianças (a partir de 2 anos de idade) e adultos que apresentem condições clínicas especiais (ver abaixo Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais). Os tipos sorológicos presentes na vacina são: 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F, 23F, 33F. Também indicada para imunizar pessoas com 60 anos de idade ou mais, residentes em instituições fechadas como casas geriátricas, hospitais e casas de repouso.
Contraindicações
Somente as contraindicações gerais, anafilaxia prévia a qualquer componente da vacina contraindica o seu uso.
Esquema, dose e aplicação
O volume a ser administrado é de 0,5 mL por via intramuscular profunda (para qualquer uma das vacinas pneumocócicas).
- 10 valente conjugada: É administrada na rede pública (PNI) no seguinte esquema: No primeiro ano de vida, são 2 (duas) doses aos 2 (dois) e 4 (quatro) meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias. Aos 12 meses de idade é administrado 1 (um) reforço (pode ser administrado até os 4 anos 11 meses e 29 dias). Crianças entre 12 meses e 4 anos 11 meses e 29 dias de idade sem comprovação vacinal, devem receber uma única dose.
- 13 valente e 15 valente conjugada: Esquema de três doses durante o 1° ano de vida, aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade. Deve ser realizada uma quarta dose entre 12 e 15 meses de idade (no mínimo, dois meses após a terceira dose). Crianças iniciando a vacina no segundo semestre de vida recebem duas doses com intervalo de dois meses mais um reforço entre 12 e 15 meses. Iniciando o esquema entre 12 e 23 meses de idade, recebem duas doses sem necessidade de reforço e maiores de 24 meses até 5 anos de idade, uma única dose.
- 20 valente conjugada: Esquema de três doses durante o 1° ano de vida, aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade. Deve ser realizada uma quarta dose entre 11 e 15 meses de idade (no mínimo, dois meses após a terceira dose). Crianças iniciando a vacina no segundo semestre de vida recebem duas doses com intervalo de dois meses mais um reforço entre 12 e 15 meses. Iniciando o esquema entre 12 e 23 meses de idade, recebem duas doses sem necessidade de reforço e maiores de 24 meses, uma única dose. Crianças entre 15 meses e 5 anos de idade, previamente vacinadas com outra vacina pneumocócica conjugada há 8 semanas ou mais, podem receber 01 dose da vacina pneumocócica 20 valente, com o intuito de ampliar a proteção para os sorotipos adicionais.
- 23 valente polissacarídica: A vacina é aplicada em dose única a partir de dois anos de idade, com apenas um reforço cinco anos após a dose inicial. Não se recomenda aplicar mais de duas doses no total. Respeitar intervalo de oito semanas após uso anterior de quaisquer vacinas pneumocócicas conjugadas.
Eventos Adversos
- Vacinas conjugadas
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Manifestações locais
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Dor, rubor, edema e enduração no local da injeção são muito comuns com esta vacina. O rubor é o mais frequente, sendo observado em 38,3% dos casos depois da vacinação primária.
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Manifestações gerais
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Irritabilidade é a manifestação sistêmica mais comum (52,3% dos casos). Perda de apetite, sonolência e febre também são descritas. Choro intenso é um evento raramente observado. Essas manifestações são leves e transitórias, desaparecendo em curto período de tempo.
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Há relatos raros de fenômenos convulsivos em vigência de febre após a administração desta vacina e ainda mais raramente podem ocorrer convulsões sem febre, contudo a frequência deste sintoma não é diferente da encontrada na população geral.
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Episódio hipotônico-hiporresponsivo e reações alérgicas podem ocorrer, porém são raros.
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Anafilaxia e manifestações alérgicas são eventos raros e podem ocorrer como reação a qualquer um dos componentes da vacina.
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Na vacina 13 valente também podem ocorrer diarreia e vômitos
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- Vacina polissacarídica 23 valente
Vermelhidão, edema e dor no local da injeção podem ocorrer sendo mais frequente na revacinação. Em geral, essas manifestações são leves e bem toleradas, com duração de 24 a 48 horas. Reações locais mais intensas (tipo Arthus) também têm sido relatadas após revacinação precoce e parecem estar relacionadas com a presença de altos títulos de anticorpos contra os sorotipos vacinais. Febre baixa, astenia, mialgia, dor nas articulações e cefaleia também podem ocorrer em menos de 1% dos vacinados. Essas manifestações são leves e transitórias, desaparecendo em aproximadamente 24 horas. Anafilaxia e manifestações alérgicas são eventos raros e podem ocorrer como reação a qualquer um dos componentes da vacina.
Indicações dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE's)
Pacientes de Risco Aumentado para Doença Pneumocócica
Os Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE's) do Ministério da Saúde disponibilizam três vacinas com indicações voltadas para grupos populacionais mais suscetíveis à doença pneumocócica invasiva, com indicações relacionadas à idade e à condição clínica do paciente:
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Vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPPS-23)
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Vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC-10)
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Vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC-13)
O quadro a seguir enumera os grupos populacionais com indicações especiais para receberem essas vacinas nos CRIE's:
GRUPO 1 a 8
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VPC13: Primovacinação com 3 doses + 1 reforço
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VPPS-23 com intervalo mínimo de 8 semanas após a última dose de VPC13
1. Pessoas vivendo com HIV/AIDS
2. Pacientes oncológicos com doença em atividade ou até a alta médica
3. Transplantados de órgãos sólidos
4. Transplantados de células-tronco hematopoiéticas
5. Asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas
6. Imunodeficiências primárias ou erro inato da imunidade
7. Fibrose cística
8. Fístula liquórica e derivação ventrículo peritoneal (DVP)
9. Imunodeficiência devido a imunossupressão terapêutica
10. Implante coclear
11. Nefropatias crônicas/hemodiálise/síndrome nefrótica
12. Pneumopatias crônicas exceto asma intermitente/persistente leve
13. Asma persistente moderada a grave
14. Cardiopatias crônicas
15. Hepatopatias crônicas
16. Doenças neurológicas crônicas incapacitantes
17. Trissomias
18. Diabetes
19. Doenças de depósito
GRUPO 9 a 19
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VPC10: Primovacinação com 3 doses + 1 reforço
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VPPS-23 com intervalo mínimo de 8 semanas após a última dose de VPC10
Outras medidas profiláticas
Além das vacinas pneumocócicas, outras medidas importantes para a profilaxia da doença pneumocócica incluem:
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Promoção da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida e manutenção do aleitamento materno a partir do segundo semestre.
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Controle de fatores de risco, como o combate ao tabagismo no ambiente da criança, tratamento de condições subjacentes como asma e outras doenças pulmonares crônicas, cardiopatias, imunodeficiências, entre outras comorbidades.
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Medidas de higiene pessoal e ambiental
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Manter ambiente bem ventilado e evitar grandes aglomerações em ambientes fechados
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Manter o calendário vacinal atualizado, destacando-se as vacinas contra a INFLUENZA e COVID-19
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Nutrição adequada
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Acompanhamento médico regular
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação 2024. Brasília, 2024.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento do Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 294 p. il.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. 176 p.: il.
-
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 340 p. il.