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FOLLOW-UP DE RECÉM-NASCIDOS DE ALTO RISCO

Follow-up de recém-nascidos de risco

A taxa de sobrevivência dos recém-nascidos de médio e alto risco vem aumentando nos últimos anos, embora a melhora da sobrevida não esteja igualmente associada à redução na morbidade do período neonatal e pós neonatal. Entre os pacientes de alto risco, destacam-se especialmente os prematuros, os quais apresentam maior vulnerabilidade e risco para complicações. Um número significativo de crianças com nascimento pré-termo recebe alta das unidades neonatais com algum comprometimento do estado nutricional, déficit do crescimento, comprometimento no desenvolvimento neuro-sensório-motor, baixa imunidade, doença pulmonar crônica e/ou outras condições patológicas. Em função disso, seu seguimento ambulatorial especializado é de grande importância. A continuidade da assistência integral e multiprofissional a esses pacientes após a alta, permite trabalhar essas condições em tempo oportuno, atuando na prevenção e detecção precoce de possíveis agravos, possibilitando a intervenção e reduzindo o risco de reinternação.

O processo da alta hospitalar do pré-termo leva em consideração se ele apresenta:

  • Estabilidade cardiocirculatória

  • Respiração espontânea em ar ambiente com adequada saturação

  • Coordenação da sucção e deglutição

  • Alimentação por via oral sem sonda

  • Ganho pôndero-estatural regular e adequado

  • Controle da temperatura corporal

Embora não haja um peso mínimo definido para a alta hospitalar, o peso de cerca de 2.000 gramas é frequentemente usado como parâmetro. No entanto, bebês prematuros com peso inferior a esse também podem ser liberados, se atenderem a todos os critérios clínicos para a alta. Além disso, é fundamental que pais e/ou cuidadores estejam treinados e tenham conhecimento e habilidade para prestar os cuidados cotidianos, cientes da importância das medidas de prevenção e capazes de reconhecer sinais de agravo no bebê. 

Após a alta hospitalar, a assistência será continuada em nível ambulatorial. Para isso, a primeira consulta no ambulatório de seguimento (follow-up) já fica pré- agendada. Um relatório detalhado é encaminhado ao ambulatório e informa com precisão todos os aspectos relacionados à assistência recebida pela criança durante a internação. Essa primeira consulta tem caráter abrangente, no sentido de registrar todos os dados relevantes da história perinatal e do período de hospitalização da criança, bem como programar o plano de cuidados para o neonato/lactente. As consultas sequenciais (após a consulta inicial) vão sendo agendadas a cada retorno do paciente, a partir desta primeira. 

O cronograma de consultas proposto é o seguinte:

  • Primeira consulta 7 a 10 dias após a alta

  • Revisões mensais até 6 meses de idade corrigida

  • Revisões bimestrais ou trimestrais 6 meses aos 12 meses de idade corrigida

  • Revisões trimestrais 13-24 meses

  • Revisões semestrais 2 a 4 anos de idade cronológica

  • Revisões anuais dos 4 anos até a puberdade

Em cada consulta é importante:

  • Questionar sobre possíveis intercorrências clínicas e medicações em uso;

  • Avaliar a atitude dos familiares/cuidadores para com a criança e checar seus aspectos fisiológicos (aceitação da dieta, sono, diurese, funcionamento intestinal, desenvolvimento e comportamento, linguagem e novas aquisições funcionais); 

  • Investigar cuidadosamente os aspectos relacionados com a alimentação;

  • Conferir a caderneta de vacinação;

  • Observar cuidadosamente a criança durante a consulta;

  • Fazer exame físico completo

  • Exame neuropsicomotor e sensorial (reflexos, visão, audição, testes de desenvolvimento)

  • Aferir o peso, comprimento, perímetro cefálico e definir o diagnóstico nutricional;

  • Fazer as intervenções necessárias e definir (ou redefinir) o plano terapêutico e de cuidados;

 

É imprescindível que haja uma adequada integração entre o pediatra responsável pelo seguimento, os especialistas e outros profissionais de saúde com objetivos em comum, para que a intervenção seja efetiva e que a informação prestada aos familiares (cuidadores) seja a mais uniforme possível.

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Principais condições associadas à prematuridade

A qualidade da assistência ao recém-nascido prematuro na sala de parto e nas primeiras horas de vida é fator decisivo no prognóstico dessas crianças. Alterações respiratórias e hemodinâmicas, hipotermia e hipertermia, distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos e infecções, são situações frequentes que agravam significativamente seu prognóstico. Após os cuidados da sala de parto e estabilização inicial, o neonato é levado em incubadora de transporte para a unidade neonatal para a continuidade da assistência. As principais condições relacionadas à prematuridade, descritas a seguir, se devem principalmente à dificuldade de adaptação à vida extrauterina devido à imaturidade dos sistemas e órgãos:

Regulação térmica

  • Susceptibilidade à instabilidade térmica: acontece devido à maior perda de calor através da pele (camada de tecido adiposo subcutânea reduzida e maior a superfície corpórea em relação ao peso) e à imaturidade do sistema termorregulador.

 

Crescimento

  • O monitoramento do crescimento de recém-nascidos prematuros requer considerações adicionais em comparação com recém-nascidos a termo. Eles, geralmente, têm uma tendência a ganhar peso mais lentamente do que os bebês a termo. Também podem apresentar um crescimento mais lento em relação ao comprimento e à circunferência da cabeça. 

  • O crescimento dessas crianças deve ser monitorado através das curvas de crescimento específicas para prematuros. O projeto 'Intergrowth-21st' desenvolveu curvas de crescimento para prematuros baseadas em um estudo multicêntrico que envolveu várias populações em diferentes países. Essas curvas são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e levam em consideração a idade gestacional, peso, comprimento e circunferência da cabeça para prematuros.

 

Curvas Intergrowth-21st

 

Curvas de crescimento para crianças nascidas pré-termo (meninas)

 

Curvas de crescimento para crianças nascidas pré-termo (meninos)

 

 

Saiba mais em:

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2023/junho/20/Neonatologia-Monitoramento-do-cresc-do-RN-pt-270117.pdf

Aspectos nutricionais e gastrintestinais

  • Do ponto de vista nutricional, os recém-nascidos prematuros apresentam necessidades específicas devido à sua imaturidade fisiológica e menor reserva de nutrientes. Os prematuros geralmente têm maior necessidade calórica em comparação com bebês nascidos a termo, devido ao seu metabolismo acelerado e taxa de crescimento mais rápida. O aleitamento materno é a opção mais recomendada para os prematuros, pois o leite materno contém nutrientes essenciais, anticorpos e fatores de crescimento que promovem o desenvolvimento e protegem contra infecções. Em alguns casos pode ser necessário utilizar o leite humano fortificado com suplementos adicionais de nutrientes, como proteínas, calorias, cálcio, fósforo, ferro, ácidos graxos, e vitaminas, entre outros. Cada recém-nascido é único em suas necessidades e, portanto, é fundamental que o plano nutricional seja adaptado às necessidades específicas de cada um

  • Os recém-nascidos prematuros são particularmente vulneráveis a várias condições gastrointestinais que podem resultar em morbidade significativa. O trato gastrointestinal dos prematuros ainda está em processo de maturação, o que pode prejudicar o seu funcionamento normal. A motilidade intestinal é lenta, causando impacto negativo na digestão e uma maior predisposição a problemas como constipação e distúrbios da motilidade ocasionando, frequentemente, quadros prolongados de distensão abdominal. A enterocolite necrosante é uma das complicações gastrointestinais mais graves em recém-nascidos prematuros e ocorre devido à imaturidade do trato gastrointestinal e do sistema imunológico. É caracterizada por inflamação e necrose do intestino, especialmente o cólon. A prematuridade é o fator mais significativo no desenvolvimento da enterocolite necrosante e ainda pode ser acentuado pelo uso de fórmulas lácteas. Por outro lado, o leite materno é um importante fator de proteção contra esse quadro. Outras morbidades associadas ao trato gastrointestinal do prematuro incluem variados tipos de intolerância alimentar, problemas de sucção e deglutição, com consequente risco de broncoaspiração, má absorção de nutrientes,  refluxo gastresofágico entre outros.

  • A recuperação nutricional e o "catch-up" do crescimento dependem de vários fatores, incluindo a idade gestacional e o peso ao nascer, a presença de complicações clínicas e a adequação da alimentação fornecida. De um modo geral, a recuperação nutricional é um processo gradual e pode levar meses ou até anos. A capacidade do prematuro de alcançar marcos do crescimento semelhantes aos de seus pares nascidos a termo ("catch-up") é variável e muitos prematuros não os alcançam completamente. Alguns podem permanecer definitivamente menores que seus pares nascidos a termo. Apesar do "catch-up" depender de vários fatores, em geral deverá ocorrer até que a criança complete os seus dois ou três primeiros anos de vida. Após essa idade, o impacto do nascimento prematuro tende a diminuir e a criança segue seu padrão de crescimento de acordo com sua idade cronológica.

 

Condições metabólicas e hidroeletrolíticas

  • Os prematuros são propensos a apresentar distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos devido à imaturidade de seus sistemas fisiológicos de regulação. Destacam-se, pela frequência e gravidade a hipoglicemia, distúrbios do cálcio, fósforo, magnésio, sódio e potássio. Além dos eletrólitos, podem apresentar distúrbios do equilíbrio ácido-base (alcalose ou acidose) em função de alterações respiratórias ou renais.

  • Doença metabólica óssea (osteopenia da prematuridade):  No terceiro trimestre de gestação o feto apresenta elevadas taxas de crescimento e nesse período incorpora cerca de 2/3 das necessidades fetais de cálcio, mantendo uma relação cálcio/fósforo constante de 2:1 em nível ósseo. Entre 34 e 36 semanas de gestação, a incorporação de cálcio chega a 100 a 120 mg/kg/dia e de P entre 60 e 75 mg/kg/dia. Após o nascimento, a oferta materna placentária de cálcio e fósforo cessa e esses elementos devem ser obtidos através da dieta. Os neonatos a termo saudáveis em aleitamento materno exclusivo recebem quantidades suficientes para seu crescimento. No entanto, recém-nascidos pré-termo são suscetíveis a desenvolver quadros de deficiência de cálcio e fósforo por apresentarem menor reserva desses minerais ao nascimento, já que a maior incorporação mineral ocorre justamente no terceiro trimestre da gestação. As manifestações clínicas surgem entre a 6ª e a 12ª semanas de vida. A deficiência desses minerais acarreta em alterações na mineralização óssea, resultante do acréscimo deficiente de cálcio e fósforo no período neonatal. Irá apresentar déficit de crescimento, craniotabes, edema das articulações costo-condrais (rosário raquítico), alargamento epifisário principalmente em punhos. A gravidade do quadro clínico é variável e inclui desde leve hipomineralização óssea até a presença de alterações radiológicas graves e fraturas espontâneas. O diagnóstico é feito com base na densitometria óssea ou através de Raio-X de ossos longos quando não se dispõe de densitometria. O acompanhamento deve ser feito com exames bioquímicos mensais (nível sérico de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina) e pelo estudo radiológico de ossos longos quando os exames bioquímicos se mostram alterados. Os marcadores bioquímicos plasmáticos da osteopenia são: nível sérico de fósforo abaixo de 4,0 mg/dL, fosfatase alcalina mais de quatro vezes acima do limite superior (em geral valores > 950 UI/L)). Quando isso ocorrer, deve-se iniciar prontamente a suplementação de fósforo e cálcio. 

  • Outra questão importante se relaciona ao metabolismo da bilirrubina e sua neurotoxicidade. Considerando a imaturidade enzimática hepática nos prematuros, sua hemocaterese mais acentuada, a maior permeabilidade da barreira hematoencefálica e sua imaturidade cerebral, a hiperbilirrubinemia representa uma grave ameaça e risco para lesão neurológica grave nesses neonatos (encefalopatia bilirrubínica). Devido a essas particularidades, é necessário um monitoramento cuidadoso dos níveis de bilirrubina em prematuros com dosagens séricas regulares e o uso de gráficos específicos com valores próprios para prematuros. Em casos de hiperbilirrubinemia significativa, os prematuros podem exigir intervenção mais rápida e intensiva para prevenir complicações, o que envolve desde a fototerapia até mesmo a exsanguineotransfusão em casos graves.

Fatores de risco para neurotoxicidade da bilirrubina em RN pré-termo:
− Peso ao nascer < 1000g
− Apgar < 3 no 5º minuto
− Pressão arterial de oxigênio <40 mmHg por >2 horas
− pH < 7,15 por mais de 1 hora
− Temperatura corpórea < 35°C por > 4 horas
− Albumina sérica < 2,5 g/dL
− Presença de doença hemolítica
− Sepse

Frequentemente a persistência ou agravamento da hiperbilirrubinemia indireta no recém-nascido com menos de 35 semanas está relacionada a extravasamentos sanguíneos, seja por hematomas relacionados a tocotraumatismos ou mesmo por hemorragia intra-periventricular, esta última devendo ser investigada por ultrassonografia transfontanelar.  

 

Saiba mais em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23176c-MO_Hiperbilirrubinemia_indireta_periodo_neo.pdf

 

Complicações Respiratórias

 

Os recém-nascidos prematuros são particularmente sujeitos a morbidades relacionadas ao sistema respiratório devido à imaturidade de seus pulmões e vias aéreas e, obviamente, a gravidade desses quadros é inversamente proporcional à sua idade gestacional:

  • Maior risco de asfixia perinatal e complicações na sala de parto;

  • A síndrome do desconforto respiratório (doença da membrana hialina), caracterizada pela insuficiência respiratória devido à falta de surfactante pulmonar é mais comum em prematuros extremos e requer precocemente suporte respiratório, como ventilação mecânica e administração de surfactante exógeno

  • Outro distúrbio comum é a apneia da prematuridade devido à imaturidade do centro respiratório e dos músculos respiratórios e que requer monitoramento contínuo e estimulação da respiração. 

  • A displasia broncopulmonar é uma condição pulmonar crônica de prematuros ocasionada pela necessidade de suporte respiratório prolongado. A imaturidade dos pulmões, juntamente com a exposição a altos níveis de oxigênio e ventilação mecânica, resultam em ativação de agentes pró inflamatórios em cascata, causando lesão pulmonar, dificuldade respiratória crônica, necessidade prolongada de oxigênio e maior risco de infecções respiratórias. A displasia broncopulmonar pode ser uma causa da síndrome do lactente sibilante devido à hiperreatividade de suas vias aéreas, que são mais propensas a edema, hipersecreção com estreitamento e aumento da resistência ao fluxo aéreo. Essas características tornam o prematuro mais susceptível a infecções respiratórias, como pneumonia e bronquiolite viral, onde se recomenda todo cuidado possível com seu programa de imunizações.

 

Saiba mais em: https://www.spsp.org.br/wp-content/uploads/2021/04/AtualizeA6N2_final.pdf

Cardiovasculares

  • A persistência do canal arterial é mais frequente no prematuro e é responsável por um fluxo sanguíneo anormal entre a aorta e a artéria pulmonar. O hiperfluxo pulmonar pode levar à insuficiência cardíaca congestiva. O tratamento para fechar o canal arterial pode ser clínico (uso de medicamentos que inibem a síntese ou a ação das prostaglandinas) ou, eventualmente, cirúrgico

  • Outra morbidade relacionada ao sistema cardiovascular em prematuros, principalmente naqueles com doença da membrana hialina, é a hipertensão arterial pulmonar persistente em que a pressão arterial pulmonar permanece elevada após o nascimento, dificultando o bombeamento de sangue para os pulmões, resultando em hipoxemia e sobrecarga cardíaca. O tratamento envolve uma combinação de medidas farmacológicas, suporte respiratório e outras medidas de suporte. Entre os medicamentos utilizados estão o óxido nítrico inalado e outros vasodilatadores pulmonares como por exemplo os inibidores da fosfodiesterase-5 (como o sildenafil) e os antagonistas dos canais de cálcio (como o nifedipino). O objetivo do tratamento é diminuir a resistência vascular pulmonar e melhorar a oxigenação do sangue arterial.

 

Neurológicas

  • A prematuridade pode estar associada a complicações neurológicas, considerando a imaturidade do sistema nervoso central e o ambiente de cuidados intensivos onde o recém-nascido recebe medidas de suporte de vida. Algumas das complicações neurológicas mais comuns na prematuridade incluem a hemorragia peri-intraventricular, relacionada à fragilidade e imaturidade de vasos sanguíneos da região periventricular e a leucomalácia periventricular, caracterizada pela necrose da substância branca periventricular, devido a hipóxia cerebral. Essas lesões podem resultar em alterações motoras, problemas cognitivos, de linguagem, convulsões até quadros de paralisia cerebral. O grau do atraso no desenvolvimento pode variar dependendo da extensão dessas lesões, da idade gestacional no nascimento e de outras complicações associadas.

 

Neurossensoriais

  • Oftalmológicas: A retinopatia da prematuridade é uma doença vaso proliferativa secundária à isquemia e hipóxia da retina imatura dos recém-nascidos pré-termo. É uma das principais causas de cegueira e baixa visão em RN pré-termos. A isquemia e a hipóxia da retina imatura estimulam a liberação de fatores de crescimento vascular que promovem o crescimento de novos vasos sanguíneos retinianos. No entanto esse processo de neovascularização ocorre de forma anômala e desorganizada. Esses novos vasos sanguíneos são frágeis e propensos a sangramento, levando a complicações oculares, como hemorragia vítrea, cicatrização, fibrose e descolamento de retina.  Sua prevenção se faz com cuidadoso controle da terapia com oxigênio no período de internação na UTI e um seguimento com fundoscopia em todos os prematuros menores de 32 semanas ou peso de nascimento menor que 1.500 g ou uso prolongado de oxigênio na unidade neonatal. A triagem para retinopatia da prematuridade se inicia entre 4 e 6 semanas de vida com exames oftalmológicos de rotina. Durante o exame oftalmológico, a retina é cuidadosamente examinada para se identificar os estágios e a gravidade do processo. A classificação do nível de gravidade (estágio 1 a 5) se baseia nas características morfológicas da doença, visualizadas pelo exame oftalmológico, sendo que o estágio 5 (mais grave) se caracteriza por descolamento total da retina.

  • Deficiência auditiva: É mais frequente em prematuros em comparação com bebês nascidos a termo, devido à imaturidade do sistema auditivo e a outros fatores que podem afetar a audição, tais como meningite, uso de drogas ototóxicas, hiperbilirrubinemia, entre outros. São mais susceptíveis a lesões cocleares, nos nervos auditivos ou nas vias auditivas com maior risco de perda auditiva neurossensorial permanente. É recomendado que todos os prematuros passem por exames auditivos de rotina para identificar precocemente quaisquer problemas de audição, permitindo a intervenção adequada e oportuna e prevenindo os impactos na audição e promovendo o desenvolvimento cognitivo e da linguagem.

Hematológicas

  • Anemia da prematuridade: É uma condição de causa multifatorial e a relevância de cada fator pode variar, mas a redução da produção de eritrócitos é o fator mais relevante para a anemia da prematuridade. A produção de hemácias pela medula óssea fetal é limitada durante o período gestacional e prematuros têm menos tempo para armazenar reservas de ferro, elemento  essencial para a produção de hemoglobina. Outros fatores causais incluem a realização de procedimentos médicos frequentes, como coleta de sangue, deficiência de eritropoietina, presença de infecções, entre outros.

  • Policitemia: Embora a anemia seja mais comum em prematuros, alguns podem desenvolver policitemia, caracterizada por aumento anormal do número de eritrócitos. Valores de hematócrito acima de 65% são, em geral, indicativos de policitemia. Algumas razões para que isso ocorra incluem, entre outras, situações de hipóxia intrauterina e pós natal, processos de redistribuição do volume sanguíneo e desidratação.   

 

Imunológicas

  • Prematuros apresentam deficiência nas respostas celular e humoral e risco para infecções. Linfócitos T e B, estão em um estágio de desenvolvimento inicial comprometendo sua capacidade de resposta imune adaptativa.  Além disso, possuem níveis mais baixos de anticorpos maternos transferidos por via transplacentária durante a gestação. Outro aspecto relevante é a fragilidade das barreiras naturais da pele e mucosas. 

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